A PlayStation2 acaba de receber um dos grandes jogos da era 128 bits. Absolutamente essencial.
Kratos está de regresso ao activo num jogo que é em tudo melhor que a sua primeira aventura. Brutal, frenético, extremamente jogável e lindo de morrer. É a PlayStation2 a mostrar a suas verdadeiras garras.
A acção começa pouco tempo após o final de God I. E sem revelarmos muito dos acontecimentos que formam a “coluna vertebral” desta continuação, digamos que temos um anti-herói em choque frontal com Zeus, o que resulta numa história de vingança excelentemente contada.
E até levar à prática o tal ajuste de contas, o Deus da Guerra terá de interagir com uma mão cheia de personagens vindas da mitologia grega, interacção essa que está longe de ser feita à base da festa e do beijinho. Hectolitros de sangue, doses maciças de desmembramentos e centenas de corpos decepados estão na ordem do dia. É brutalidade pura, pouco aconselhável a mentes mais sensíveis.
Quanto à mecânica, quem tiver passado pelo episódio anterior sentir-se-á de imediato em casa, pois as novidades introduzidas estão longe de serem muitas, facto que poderá desagradar a alguns. Basicamente, trata-se de um dos mais frenéticos jogos de acção dos últimos anos, que faz lembrar os velhos tempos das salas de arcadas. Garantido está um elevado ritmo cardíaco do principio ao fim da aventura.
Pressionando os botões do DualShock2 realizamos os mais inacreditáveis movimentos, com devastadores efeitos para as hordas de inimigos que teimam em surgir no ecrã. Quando algumas destas criaturas ficam com a energia a dar as últimas, um toque no botão correcto dá origem a um “Finish Him/Her/It” capaz de colocar um sorriso na cara do mais perversamente exigente dos jogadores. Um misto de acto repelente/ode à violência/humor absolutamente negro. Querem um exemplo?! Mas não damos... para não vos estragarmos o prazer da descoberta!
Há que referir que mesmo com a presença de variadíssimas combos, aqui quem manda é o puro “button mashing”, que é como quem diz... carregar muito, aleatoriamente e bem depressa nos botões do comando. No nível de dificuldade mais avançado, desbloqueado quando terminamos pela primeira vez o jogo, a conversa é outra, sendo essencial ter-se consciência das acções realizadas, isto se quisermos sobreviver aos primeiros segundos de acção.
Como acontecia em God I, as estrelas de serviço são as lâminas que se encontram acorrentadas aos braços de Kratos. Ou seja, apesar de mais armas irem ficando disponíveis com o decorrer dos acontecimentos, raros são os momentos em que colocamos de lado as essenciais Blades of Chaos. Também disponíveis vão ficando variadíssimos poderes especiais, mas poucos são aqueles que realmente deverão ser sujeitos ao incontornável upgrade.
Sim... também em God of War II utilizamos as orbs da praxe – as vermelhas – para aumentarmos o poderio do armamento e magias. E como a tradição ainda é o que era, de regresso estão os cofres e as orbs azuis – para a barra de magia – e as verdes – para a barra de energia vital.
Um número suficiente de amarelas tornam possível a utilização da Rage of the Titans, a pseudo invencibilidade que aqui substituí o Rage of the Gods do primeiro episódio.
Continuando com os “regressos”, esta segunda incursão traz de volta resmas de momentos onde há que pressionar o botão/stick certo na altura correcta, à maneira de Shenmue, para que Kratos realize determinados movimentos. Estas delícias geralmente acontecem durante os mais complicados dos duelos, especialmente se o inimigo for um boss. Mesmo sem ser novidade... o gozo é ENORME!
No que toca a novidades, destacamos as alturas em que viajamos através nas nuvens, montados no belo Pegasus. Aqui manda é o rail-shooting, com as estocadas finais a acontecerem ao estilo de Lair, ou seja, saltamos para a montada do inimigo e depois... bem, depois ganham vida coisinhas pouco próprias para os olhos dos mais novinhos. E mais não dizemos.
Claro que no meio de tudo isto há enigmas para serem resolvidos, mas nada que trave o altíssimo ritmo de acção presente. Básicos e extremamente fáceis.